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segunda-feira, 23 de junho de 2008

Museu do Vhs

O VHS e outras mídias antigas em Santos

Reportagem: Tarcisio Oliveira, Roberta D’Ávila e Márcio Garoni
Fotos: Roberta D’Ávila

Vídeos: Márcio Garoni

só VHS

Muitos ainda se lembram daquele velho aparelho colocado na estante, junto à televisão, onde se gravava o fim da novela ou um filme de que gostavam. A fita enrolava e, na tentativa de tirá-la, a gente acabava arrebentando a coitada.

Isso mesmo, é o videocassete, que a nova geração mal sabe como funciona, devido à invasão do DVD e dos vídeos baixados na internet, mas que muitos fãs do velho VHS não abrem mão, seja pela facilidade em gravar programas exibidos na tevê ou por puro gosto.

Para os amantes dessa e de outras mídias antigas, visitamos alguns lugares de Santos que ainda apostam nessas raridades.

Uma videolocadora onde reina o VHS

No bairro do Boqueirão, mais precisamente na Rua Nabuco de Araújo, quem vê uma garagem aberta com cartazes de filmes e prateleiras cheias provavelmente imagina que seja mais um desempregado que decidiu usar aquele espaço para levantar uma grana. Mas, logo ao entrar nessa garagem, é fácil se perder em meio a tantos títulos, e perceber que “julgou o filme pela caixa”.

uma garagem como nenhuma outra

Não só a garagem foi transformada em locadora, mas também todos os cômodos da casa. A partir daí, é só escolher qual filme (e em qual mídia) levar: são 18.781 unidades, sendo 10.924 em VHS e 7.857 em DVD. Por aqui, o VHS ainda é o xodó.

A Vídeo Paradiso possui em VHS vários clássicos do cinema, tanto nacional como internacional. Filmes como Aurora e Tartufo, de Murnau (década de 20), coleção do Charles Chaplin, além de Ganga Bruta (1933), de Humberto Mauro -que consta na seleção “Os Filmes do Século” do Festival de Berlim de 1995- fazem parte do acervo da locadora. Os últimos lançamentos em VHS que a videolocadora adquiriu foram A Feiticeira e O Senhor das Armas, de 2005. Esses e muitos outros dividindo espaço com os últimos lançamentos em DVD, para satisfazer o gosto de todos que têm cadastro na locadora.

filmes do Woody Allen que ainda não saòam em DVD estão entre os mais procurados da Paradiso

Apesar de Niverson Villarin, funcionário da Paradiso, afirmar que apenas 10% das locações são em VHS (o que já é muito), não é do interesse de ninguém que as fitas sejam abolidas do catálogo da videolocadora. O lugar é o primeiro lembrado quando alguém procura um filme raro em VHS.

Entre as fitas mais disputadas estão títulos que ainda não foram lançados em DVD. Um exemplo é o filme Boogie Nights - Prazer Sem Limites. Também o filme Nasce Uma Estrela, protagonizado por Barbra Streisand, (Frank Pierson, 1976), é um dos favoritos. O show do The Doors ao vivo é outra fita que não pára na plateleira.

Peça de museu

Fãs de antigüidades sobre o audiovisual também irão adorar o Museu da Imagem e do Som de Santos (MISS). O local, que fica no Centro de Cultura Patrícia Galvão (Avenida Pinheiro Machado, 4 8) é repleto de curiosidades.

entrada do Museu da Imagem e do Som de Santos

Logo que se entra no MISS, podem-se ver expostos por todos os lados várias máquinas antigas, como câmeras, projetores, vitrolas, aparelhos de iluminação de teatro, e muito mais. Sentado num banco que fica no centro do museu, fica uma “figura” branca, com paletó cinza, feito de gesso. Tem gente que não resiste e tira foto com ele.

‘figura’ branca

A videoteca do MISS possui mais de 7 mil títulos. Destes, apenas cerca de cem são em DVD. O VHS é soberano por aqui.

Para retirar os filmes, é necessário fazer um cadastro. A cada dois dias de locação, paga-se R$1 por filme.

O catálogo é variado, vai de Villa-Lobos a Pink Floyd, de Pasolini a Dino da Silva Sauro. Há vídeos da Fórmula 1, filmes da Sessão da Tarde, cinema mudo, musicais de todas as épocas, e muito mais. Todos os filmes estão sendo catalogados no site do MISS.

Recentemente, a videoteca do museu recebeu uma doação de mais de 2 mil títulos, de uma locadora de Uberaba (MG). Agora, todos passarão por um processo de limpeza e catalogação. Filmes que já constam no acervo da videoteca, por exemplo, são descartados. Por enquanto, as pilhas dessas fitas ficam em cima das plateleiras, aguardando a sua hora e vez.

Hoje, além da videoteca, o MISS oferece sessões gratuitas de cinema, recebe exposições, exibe máquinas antigas, entre outros serviços. No vídeo abaixo mostramos um pouco do que pode ser encontrado no museu:

Ressurgindo das cinzas

Quem vê o Museu da Imagem e do Som de Santos não imagina o estado em que ele se encontrava dois anos atrás. “Abandonado” é o termo que utiliza Nivio Mota, administrador do museu, principal responsável pelo que o espaço é hoje em dia.

Nivio também é o coordenador de cinemas da Secretaria de Cultura (MISS, Cine Arte Posto 4 e Cinema de Rua). Trabalhando na secretaria há 26 anos, já fazia a programação do Cine Arte quando, dois anos atrás, foi convidado para cuidar do MISS. Aceitou o desafio e reestruturou o espaço.

Sua formação é curiosa: é arquiteto, mas nunca exerceu a profissão. Além disso, é bacharel em violão, mestre em musicologia e especializado em instrumentos antigos de cordas. Sua história no cinema, como ele próprio define, é nenhuma, o que a gente claro, discorda. Nivio nos concedeu a entrevista que se segue, na qual fala sobre o trabalho no MISS e projetos para o museu.

Visite o site original e veja os videos.

Reportagem retirada do site:

http://quatrodocantao.wordpress.com/2007/11/28/o-vhs-e-outras-midias-antigas-do-cinema-em-santos/

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